sexta-feira, 13 de julho de 2012

Os comentários... que não me matam, tornam-me mais forte.


Hoje, depois de consultar o meu e-mail, verifiquei que foram efectuados comentários no blog, uns positivos, outros que apenas tentam mexer com os meus sentimentos e afectar a minha maneira de estar. No entanto há algo que eu sei que nunca conseguirão que é, mexer com as minhas convicções, sou um treinador que pensa pela sua própria cabeça, que não cede a pressões, sei o que quero, onde estou, onde quero chegar, o que tenho de fazer para o conseguir e são realista ao ponto de perceber que tenho de manter sempre os pés no chão, seja em que vertente da vida for, mas neste caso estou a falar do futebol, da minha carreira como treinador.

Divagando um pouco nos pensamentos, recuo até 2005, ano em que comecei a treinar, ano em que decidi enveredar pela carreira mais difícil do futebol, a carreira de treinador.

Desde essa altura cometi muitos erros, fiz muitas coisas boas, fiz muitos amigos e também muitos inimigos, muitos deles motivados pela minha forma de ser e de estar, principalmente, nos jogos, mas também por ganhar muito mais vezes do que aquelas que perdi. Hoje, olhando para trás verifico que, o futebol é um mundo muito pequenino, toda a gente se conhece, mesmo que não pessoalmente, há sempre que já tenha ouvido falar deste ou daquele assunto e, neste mundo, tudo corre muito rápido.

Aprendi que o nosso valor é medido mediante a vontade de quem nos rodeia, já que vão haver sempre pessoas que vão achar que aquilo que fizemos, afinal não é tão bom como inicialmente parecia, quando ainda todos não acreditavam que fosse possível. Haverão sempre aqueles que se contentam com o facto de nos sentirmos bem e que por serem nossos amigos o que realmente querem é que sejamos felizes a fazer aquilo que tanto gostamos.

A vida de treinador é difícil, como é óbvio, sei que é assim para todos, mas vou-me cingir aos treinadores do futebol distrital e, mais especificamente, da nossa associação. Como é óbvio, sabemos que todos os treinadores são diferentes, todos os treinadores têm os seus métodos de trabalho, alguns muito idênticos e convergentes com outros, mas também há os que são muito diferentes dos colegas.

Eu, como não podia deixar de ser, sou um treinador com ideias próprias, sem nunca me achar melhor, nem pior, apenas diferente! A bem da verdade tenho de dizer que, houveram alturas, principalmente quando era um treinador mais novato, na terceira ou quarta época, que era o maior, tinha conseguido grandes feitos, mas, hoje, olhando para a minha carreira, aquilo que me enche de mais orgulho é o facto de ter continuado a pensar pela minha cabeça, por ter conseguido manter os pés no chão, por não ceder a pressões de qualquer vertente, de ser um treinador de convicções. Tudo o que fiz no futebol, foi feito com muito trabalho, com muito empenho, muitas horas que perdi/ganhei a fazer exercícios, a fazer treinos, a analisar adversários, a pensar na melhor estratégia para abordar o jogo, sendo que todos os jogos sempre tiveram para mim a máxima importância.

Sei que isto é muito bonito de se ler, até porque dificilmente eu, ou, qualquer outra pessoa diria mal dela mesma, mas eu sei admitir os meus erros, eu sei admitir as minhas fragilidades, não nasci ensinado, fui aprendendo, nunca fui adjunto de ninguém, tive de aprender com os meus erros, tive de ser eu a dar cabeçadas na parede e a perceber que por ali não era o caminho. Com o tempo fui tentando moldar-me, fui percebendo que teria de ser uma pessoa diferente para conseguir ser um treinador diferente. Hoje, tenho de dizer que me sinto um bom treinador, um bom condutor de homens. Ainda hoje continuo a perder muito tempo a preparar tudo e faço tudo com a mesma paixão que fazia em 2005.

Não acredito em coincidências e tenho a certeza que nada acontece por acaso.

Hoje estou onde estou porque Deus me permitiu, porque todos aqueles que foram meus jogadores perceberam e interpretaram na perfeição aquilo que eu pretendia, como é óbvio, houveram falhas, mas que tentamos sempre colmatar, com a ajuda das estruturas que tive por trás de mim, assim como de todos aqueles que fizeram parte da minha equipa técnica, mas, também tenho de admitir que muito se deve a mim e que estou onde estou porque trabalhei para isso.

Muitos podem dizer muita coisa, seja ela boa ou má, mas eu sei muito bem o meu lugar, sei muito bem que, todos, os treinadores são medidos pelos resultados, por isso mantenho os pés no chão, sou realista e sei que as coisas só darão certo se tiver, novamente, a bênção de Deus e se trabalhar cada vez mais e melhor.

Por isso para aqueles que esperam que as coisas corram bem e para aqueles que desejam que as coisas corram mal, só tenho uma coisa para vos dizer, DESEJO-VOS, EM DOBRO, TUDO AQUILO QUE ME DESEJAREM.

Por esse motivo, deixem-se de mandar comentários, de tentar mexer com os meus sentimentos, até porque isso não acontecerá mais, vou bloquear todos os comentários neste blog e assim poder centrar-me naquilo que realmente as pessoas esperam de mim, ou seja, treinar a minha equipa.

Que comece a época e dure o tempo que durar, de uma coisa terei a certeza, todos os dias darei o meu máximo para fazer com que, a minha equipa, eu, mas principalmente o clube, cheguem onde merecem.

Não tentem interpretar isto com imaginações férteis, esta publicação deve-se a alguns comentários, nada mais. Por isso entendam isto literalmente porque é dessa forma que o escrevo.

Que Deus vos abençoe e que possam atingir todos os objectivos, pessoais e desportivos, a que se prupuserem.

Milton Ribeiro
Treinador de Futebol

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