No passado domingo recebemos, e vencemos, o Valadares, por uma bola a zero.
Um jogo que nos colocava frente-a-frente com o lider do campeonato, onde sabiamos que iriamos ter imensas dificuldades para vencer, no entanto não mudamos uma virgula na nossa estrategia, na forma como abordamos o jogo, fizemos aquilo que fazemos sempre, tentamos treinar bem, acreditando nos nossos métodos de treino.
Foi uma paragem atipica, jogadores lesionados, outros ausentes, eu mesmo não pude estar presente na maior parte da semana que antecedeu o jogo. Tudo isto foram handicaps que serviram para nos unirmos ainda mais, fazendo das dificuldades, sinais de alerta para estarmos acordados, sabendo que tinhamos tudo para ganhar se fossemos humildes, empenhados, unidos e ambiciosos.
Entramos em campo a jogar normalmente, com vontade de marcar cedo. O Valadares ficou manietado na nossa teia e não conseguia aproximar-se da nossa baliza com perigo. Aos 15 minutos chegamos ao golo por intermédio de Pinto, um jogador que este toda a semana doente, visivelmente debilitado, mas com a força de um "Touro" a fazer uma das coisas que sabe muito bem, marcar golos. A partir daqui o jogo tornou-se equilibrado, passando a ser um jogo de parada e resposta com a bola a rondar ambas as balizas.
Aos 25' tivemos a expulsão de Jorginho, num lance que permitiu aos forasteiros marcar um livre perigoso, bem resolvido por Moura. O nosso guardião esteve novamente em destaque à passagem dos 30' quando Juliano, consegue ganhar a frente a um dos meus defensores e isolado atira para Moura fazer uma excelente defesa levando a bola a embater na trave da baliza.
O jogo continuou da mesma forma, duas equipas a lutarem, sendo que a equipa do Valadares jogava um futebol muito directo, tentando aproveitar a velocidade de Juliano. No entanto o intervalo chegava com o marcador a dar vantagem à minha equipa.
Na segunda parte mais do mesmo, duas equipas a lutarem imenso pelo bola, jogo repartido, mas as melhores oportunidades a pertencerem aos da casa, excepção para um lance em que, mais uma vez, Moura se opôs em grande estilo.
A equipa da casa, mesmo a jogar com 10, conseguiu controlar o jogo e os espaços no campo, levando a equipa forasteira a errar muitos passes e a praticar um futebol de "pontapé para a frente".
A três minutos do final a equipa do Valadares ficou reduzida a 10 unidades por expulsão de Serginho que agrediu Beça.
A equipa da casa teve duas oportunidades flagrantes para dilatar a vantagem, mas o marcador não mais se alterou.
Isto foi aquilo que eu vi neste jogo. Já li num site de futebol que a minha equipa e eu mesmo, fomos mal educados, mas em lado nenhum vi que a minha equipa não tinha sido superior ao adversário. A vitória é justa, venceu a equipa que mais jogou, venceu a equipa que mais lutou e mesmo jogando, mais de uma hora, com menos uma unidade, a equipa forasteira conseguiu, sequer, equilibrar os acontecimentos. Fomos superirores.
Em relação à má educação que referem devo expor aqui alguns factos. Não foi da minha equipa que ouviram algum jogador dizer "na próxima mete-lhe o cotovelo na boca", não foi da minha equipa que viram os jogadores a insultar os elementos do banco e da bancada, ou melhor, sim viram, mas em lances que os meus jogadores eram provocados, não de forma gratuita, não foi a mim que viram a dizer para dar porrada, mas também não me peçam para ordenar aos meus jogadores para não meterem o pé na bola. Não foi da minha equipa que viram os jogadores a usar e abusar dos cotovelos! Mas foi a minha equipa que durante noventa minutos foi agredida com cotoveladas, um dos jogadores ainda hoje tem o olho pisado. Podem perguntar-se porque foi expulso o meu jogador, eu explico, foi expulso por acumulação de amarelos, o primeiro porque levou uma cotovelada, caiu, o arbitro mandou-o sair do terreno de jogo e ele entrou sem autorização, amarelo, justo, o segundo amarelo foi numa falta, justo. Em nenhuma das situações foi por agressão. A equipa do Valadares abusou das entradas duras, das entradas maldosas, das palavras injuriosas, mas não queria que os meus jogadores disputassem a bola, de forma séria, viril, mas nunca agressora como os gaienses fizeram. O arbitro mostrou cartões a torto e a direito à minha equipa, o jogador fazia a primeira falta, fosse ela dura ou não e via sempre o amarelo, já os gaienses viram o primeiro perto dos 80 minutos e porque o jogador protestou muito... Enfim... Tentam desculpar-se com a má educação do adversário, mas não foi por isso que perderam, perderam porque a minha equipa foi superior, porque a minha equipa joga com chuteiras e não com sapatinhos de porcelana, perderam porque a equipa das sandes de queijo (é o prémio que recebemos, quer ganhemos, quer percamos) lutou mais do que a equipa do prémio de 50 € se ganhasse ao Progresso. Perderam porque se preocuparam mais com o treinador adversário, ou seja, eu, do que com o Tiago Pinto que vos fez o golo. Perderam porque o vosso treinador não soube ler o jogo e achou que bastava ler livros para perceber o que se passava dentro de campo. Perderam porque os vossos dirigentes acharam que não é preciso ter um treinador que perceba porque os jogadores e, por vezes, os árbitros farão o resto. Mas basta olhar para a Argentina no tempo do Maradona treinador, quando era preciso ler o jogo e mudar ele não sabia e o mesmo acontece convosco. Eu é que fui mal educado, mas eu continuo a dizer, eu defendo os meus jogadores, se os vejo a ser agredidos, nunca deixarei de falar. Mas nunca me ouviram dizer, quando marquei um golo a um adversário que "menos de 5 era derrota", ao contrário de alguns treinadores educados no jogo com o Torrão e tenho provas do que estou a dizer.
Sejam sérios, sejam homens, pensem no que fazem no futebol e vejam se têm razões de queixa. Espero que se continuem a preocupar comigo porque assim sei que continuarei a ter os Pintos, os Leitões, Os Augustos, os Oliveiras a jogar lá dentro e a vencer os jogos.
Agradeço aos nossos adeptos, em especial à claque, todo o apoio que nos deram, foram vocês que nos impulsionaram rumo à vitória.
Agora, este jogo já passou e já está ai o próximo.
